Para quem gosta de chimarrear solito, tranqüilo fazendo conjecturas de pensamento, nada melhor que essa temperatura que anda fazendo em pleno mês de maio.
Temperatura de inverno. Vento, chuva, pouca claridade
Em alguma regiões do estado a temperatura chegou a ser negativa.
Estamos no litoral, e por mas frio que faça, dificilmente estaremos abaixo de zero, temperatura mais comum para os altos da serra, norte e noroeste do estado.
Estava a pouco respondendo um e-mail de um filho que esta distante e que queria saber que combinação de Logunedé, seria mais próprio para ajudar na situação financeira.
Logunedé como entidade esta ligada as duas riquezas naturais para nossos antepassados, a floresta e a água.
Principalmente a água doce, por ter mais utilidade de início.
O rio é morada de sua Mãe de maneira natural, muito embora a Oxum mãe de Logunedé é de grande versatilidade, inclusive atuando como entidade guerreira.
Daí a afinidade com o caçador Enrilé, pai de Logunedé, que não apenas caça, mas pesca e guerreia.
Também conhecedor da magia das plantas ensinada por Ossaim e que com a água de Oxum consegue fazer boas poções, medicamentos e magia.
Logunedé nas suas lendas podemos observar que foi descartado por várias vezes do convívio dos pais.
Não apenas por incompatibilidade dos seus progenitores, mas por conseqüência de situações criadas por outros orixás, como Oba, por exemplo, que quis prejudicar Oxum usando de maldade em Logunedé, que só não teve êxito por interferência de Iansã que o entregou para a mãe de todas as cabeças. Iemanjá. Em outras situações, por problemas com o pai ou com a mãe. Na verdade as lendas servem para orientar e conduzir as obrigações, quer no âmbito particular ou coletivo.
Marineida quer fazer um agrado aos pretos velhos, aos antepassados.
Vai fazer as receitas que indicamos para a prima dela na semana dedicada aos pretos velhos, mas ela esta em dúvida, pois não tem como realizar suas obrigações religiosas como gosta por seus pais e sogro serem evangélicos, diz ela, que na realidade a religião que eles praticam tem um único nome: INTOLERÂNCIA.
Não estou nem aí... não se metam comigo que não os vejo também... bando de gritadores.
Ela então optou por fazer os ebós na casa da amiga e não arriar no local, e sim, despachar direto no tempo.
É arriscado, principalmente em região como a nossa que o tempo altera com facilidade.
Jamais arriar ebó, seja obrigação ou agrado com chuva.
É indispensável deixar as velas acessas.
Por isso sempre aconselho arriar primeiro no peji ou em local reservado, pois no momento a entidade recebe, e o que vai para o tempo já não tem o mesmo teor de energia anterior.
Mas nem todos conseguem ou tem condições para tal como o caso de nossa caminhante em questão, por isso é importante que quando estiver cozinhando, arrumando, armando os pratos o caminhante esteja em sintonia com os espíritos, é importante que esteja confeccionando o ebó e conversando com as entidades.
O sol começa aparecer com mais força.
Acredito ser oito horas, pois alguns companheiros começam a aparecer na frente de seus trailer e carroções espreguiçando, bocejando.
Aceno de um, assovio de outro... tudo significa: bom dia.
Começamos uma roda de chimarrão.
Bem verdade eu apenas estou junto, mas minha cota de mate, já deu.
Começo a matear cedo e paro.
Mas fico no grupo, em prosa.
Joice esta preocupada com o seu comércio, pois não estão boas as vendas.
Me pede orientação de ebó para XÂNGO e OXUM, visando a melhoria financeira.
Vejamos:
ABRIR CAMINHOS e MELHORIA FINANCEIRA.
MATERIAL:
-6 BANANAS PRATA.
-AZEITE-DE-DENDÊ.
-FARINHA DE MILHO DA GROSSA.
-MEL.
-2VELAS BRANCA.
PROCEDIMENTO :
Descasque as bananas, usando as cascas para forrar o prato.
Coloque dendê em uma frigideira e frite as bananas até ficarem meladas. Coloque no prato a farofa feita com farinha de milho e mel.
Disponha as bananas de maneira que as pontas fiquem para cima. Coloque as seis bananas. Pingue dendê em todas as pontas. Coloque mais farofas deixando apenas as pontas das bananas aparecendo.
Arreie no seu peji ou em local reservado.
Acenda a vela e deixe queimar até o fim.
Retire um punhado de farofa e coloque na segunda-feira essa farofa no lado esquerdo do estabelecimento ou da casa.
Despache e acenda as velas no local.
ARRIAR:Quinta-feira.
HORÁRIO:18 horas.
LOCAL:Peji ou local reservado.
LUA:Todas.
DESPACHAR:Sexta-feira.
HORARIO:Entre 18 e 21 horas.
LOCAL:Beira de arroio.
Mas não devemos esquecer que o importante nos axés de orixás é agradar os exus e pombas giras, nossos guardiões.
Nesse caso vamos agradar seu PEDRA NEGRA.
MATERIAL:
-6 BIFES DE LAGARTO OU TATU.
-FARINHA DE MANDIOCA.
-AZEITE- DE-DENDÊ.
-3 BATATAS INGLESA.
-3 OVOS CASCA BRANCA.
-14 BALAS DE MEL.
-21 MOEDAS BRANCAS.
-1 COPO DE VIDRO.
-1 GARRAFA DE CACHAÇA.
-3 FOLHAS DE MAMONA.
-8 VELAS VERMELHAS.
PROCEDIMENTO :
Acenda uma vela vermelha para CLAUNECH e comece a fazer a farofa seca com farinha de mandioca e dendê.
Pegue os seis bifes e lambuze os bifes como a milanesa.
Coloque as folhas de mamona ou na falta dela uma folha de papel de seda vermelha.
Coloque a farofa e disponha os bifes a volta.
Cozinhe as batatas e os ovos.
Descasque os ovos e retire a casca da batata com uma colher de pau.
Coloque na bandeja enfeitando o prato.
Coloque as moedas e as balas.
Deixe arriado junto com o ebó de XANGÔ e despache ao lado do ebó seja no riacho ou em outro local apropriado.
Acenda as sete velas quando for despachar.
Cléo anda muito nervosa por causa do uso continuo de drogas por parte de seu namorido.
A situação dos usuários de droga realmente é critica e desgasta qualquer relação afetiva, no entanto agir na cólera é o mesmo que içar vela na tempestade.
A nitidez dos problemas e obstáculo que enfrentamos dependem da maneira em que lançamos o olhar sobre eles, também, é claro, da postura psicológica que adotamos.
Não somos dono da verdade e estamos longe demais da compreensão dos porquês.
A verdade que vemos na frente é dolorosa, entristece e nos chama a realidade de quanto somos impotentes diante algumas situações que encontramos na estrada da vida.
Ai do vaidoso.
Do doutor sabe tudo... ai do presunçoso que cheio de si não consegue descer do pedestal imaginário que criou.
Do palanque que ergueu diante do espelho, para própria admiração.
Pobre do coitado que não consegue descer do seu trono para olhar a rua, e, seguir o passo da multidão.
De servir ao todo ao invés de querer que o todo lhe sirva.
Começo a preparar a carne para fazer o churrasco para marcar a data de passagem de maior idade de Paco.
Mas como sempre já foi feito o amalá de seu XANGÔ e o ebó para IANSÃ.
Para o amalá de XANGÔ precisamos:
MATERIAL :
-2 PEDAÇOS DE PEITO DE BOI.
-4 PEDAÇOS DE RABO.
-1 MAÇA VERMELHA.
-6 BANANA.
-12 BALAS DE BANANA.
-DENDÊ.
-FARINHA MILHO.
-ERVA MOSTARDA.
-1 GAMELA DE MADEIRA.
PROCEDIMENTO :
Cozinhe na pressão as carnes até ficarem macias.
A parte cozinhe as ervas.
Use folhas maiores da mostrada para forrar a gamela.
Quando as carnes estiverem cozidas, retire-as e aproveita a água para cozinha as folhas de mostardas. Quando estiverem cozidas coloque um pouco de farinha e mexa fazendo um angu bem grosso.
Coloque esse angu na gamela, coloque as carnes, as banana na volta e a maçã no meio, partida em 5 gomos.
Disponha as balas enfeitando o prato.
A lingüiça já esta na grelha, a carne espetada e colocada próximo as brasas.
A guampa-de-canha já esta de mão em mão.
A alegria começa a contagiar a todos.
Fico pensando nas pessoas que não conseguem encontrar motivos de festejar, rir, brincar.
Não consigo entender por que só ver o lado negativo das coisas. Não dar chance para momentos felizes.
Todo caminhante que for sincero na admiração das obras alheias, ou da própria natureza, que é a manifestação natural e material do Deus do nosso coração, sentirá, com certeza seu espírito, que é divino harmonizando-se e enriquecendo-se.
Quem nada almeja, não será capaz de aprender, muito menos de executar.
Todo caminhante que desejar algo mais proveitoso para si e para os outros, com critérios deve procurar afastar-se das especulações fáceis, perante a qual os leigos se aglomeram.
A lamparina eterna do conhecimento que não se extingue se for alimentado com mais conhecimento a cada passo nada estrada da vida.
É importante ter certeza do que sabe, mas mais ainda entender o quanto é necessário aprender para evoluir, e não apenas adquirir conhecimento, mas sobre tudo manter o já adquirido dos antigos colocando um toque pessoal a cada lição a cada capítulo.
Re-escrevendo uma nova velha história.
A prateada já dá os primeiros cortes.
O tira gosto na bandeja, o brilho no olhar.
Mais uma data nessa reencarnação.
Bom para ele.
Ótimo para nós todos que fazemos parte do seu alicerce.
Tio macaquito esta na volta, e na sexta-feira é a vez de seu aniver.
Beleza, um motivo a mais para antecipar o churrasco de sexta de noite para o meio dia.
Mas no sábado e domingo nada de afago. Nem comemoração.
No sábado marcamos o aniver se viva fosse de MARLENE SILVA e no domingo o de ARANI PALLADINO ZOGBI, por ter partido para a eternidade.
Duas companheiras de estrada que foram fazer parte do destacamento percussor.
Preparando o caminho para nós outros quando nossa vez chegar.
No momentos de confraternização sempre levantamos um brinde aos nossos antepassados que nos deixaram o legado, o aprendizado, mas comemos e bebemos em sua honra.
Suelen me chega de canto e lembra que dia 22 e 23 temos axé.
Alguns atrelados a igreja católica festejam santa Rita de Cássia.
Suelen, também, e quer uma receita de acarajé para oferecer a santa.
Pode?!?!
...Lá vai...
ACARAJÉ
MATERIAL :
-FEIJÃO FRADINHO-
-CEBOLA-
-SAL-
-PIMENTA VERMELHA SECA-
-AZEITE-DE-DENDÊ-
-CAMARÃO GRAÚDO SECO.
PROCEDIMENTO :
Deixe o feijão fradinho de molho de um dia para outro. Descasque os grãos um a um, retire o olho preto. Passe o feijão na chapa mais fina do moedor. Tempere com cebola e o sal. Bata com colher de pau até obter um creme consistente. Faça bolo, coloque um camarão dentro e feche o bolinho. Frite o acarajé no azeite-de-dendê, duas colheres de sopa formam um bolinho.
Não esqueça que orixá OIÁ gosta de pratos bem fartos. Você pode quando servir o acarajé, em número de 15, enfeitar o prato com maçã, loro, pepino. Use a criatividade, bom senso. Use o coração. A finalidade maior do acarajé é agradar, bem mais que pedir, mas sempre se conecte com seu orixá quando está executando os procedimentos de cozimento, arrumação do prato.
Não tem como assobiar e chupar cana.
A algazarra esta formada.
A gordura pingando por cima da lenha, faz levantar uma fumacinha louca de buena... dane-se colesterol, dieta...
Bem, para não dizer que sairemos fora da dieta pela terceira vez em 8 dias, vamos saborear uma salada de alface crespa, tomate gaúcho, cebola e pimentão.
Mas para não engasgar... cerveja... cervejão!!!
Caminhante na estrada da vida, o que importa antes de tudo é o momento presente.
O que foram nossos pais não tem importância, se temos personalidade, postura moral.
O que vale é o que somos e fazemos agora.
O momento presente é o criador de nosso amanhã.
Nossa felicidade está baseada em nossos pensamentos de hoje.
Somos escravos do ontem, mas somos donos de nosso amanhã!
Caminhante, preste muita atenção ao momento que passa, ao que você está fazendo AGORA, porque do "agora" depende seu "amanhã".
Busque na própria vida o aprendizado, ”novas”, lições que estão no mundo já com suas teias de aranha, conservadas pelo pó da estrada.
Fabrício, pega seu violão e me dá aquela olhadela.
Não me faço de rogado, e aproveito seus acordes para abrir o entrevero com uma poesia de 1994.
NOS TEUS OLHOS
Nos Teus Olhos
Escuro Como A Noite
Sem Luar, sem Estrelas,
Abundante De Nuvens.
Em Sonho Profundo,
Um Suspiro Escapa.
Olhos Brilham
Refletem Meu Sorriso,
Reflete Meu Olhar.
Olhos Arisco, furtivo,
Me Fascina, lubridia,
Me Faz Viajar.
Viajar, Sim,
Nas Profundezas Da Ilusão.
Perdido, Entorpecido.
Olhos Que Me Encantam,
Contraste Visível
Com O Desfigurar De Tua Face.
Fria,calculista ,
Premeditando E Anuciando
Dor, sofrimento.
Com Frieza No Sorrir
Melancolia Calculada,
Nos Lábios A Balbuciar
Desconectas Palavras,
Sem Sentido,
Palavras Vazia De Sentimento,
Abundante Apenas,
De Melancólica Insensatez.
Teu Olhar
São Espinhos,
Espinhos Aguçados,
Espinhos Que Espalhas
No Meu Caminho.
Essa poesia, me "alembro" bem, foi um dos primeiros casos rumorosos de cliente masculinio sofrendo por amor e traição.
Ele conseguiu odiar de morte a amada, por tanto tempo, que quando conversei com ele não conseguia saber se ele ainda amava a mulher ou odiava como dizia.
êA muito custo, depois de umas três ou quatro tentativas consegui convencer ele a escutar a minha opinião.
É necessário ter cuidado com o corrosivo chamado >ódio<, que por si só é capaz de açoitar a sensibilidade, conduzindo a médio prazo a atrofia espiritual.
O ato de admirar o belo resulta em calma, mas para quem tudo odeia, haverá sempre lamento, mesmo quando faltam palavras, queima no espírito a chama da perversão.
Aquele que admira, estimula, aplica, esquecendo-se de si próprio dá, dá mais que imagina.
Pois é, seu Zé.
O cara transformou o ódio em amor, mas amor por si.
Começou a se respeitar.
Se valorizando.
Esta feliz barbaridade, embora nosso contato seja só pelo " tal de emailssssss "....
A conversa que eu tive com ele em 1994 o fez refletir o porquê de tanta raiva da mulher que o traiu.
O porquê de tanto ciúme.
Bem não importa e vamos saracotear com os dois pés de baixo.
Mas para não te deixar pensando e queimar a cuca... ele saiu do guarda roupa .
Se achou!!!
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