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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lua, Companheira do Boêmio





















LUA, COMPANHEIRA do BOÊMIO



Já de muito é de conhecimento de todos o amor que o povo da estrada, os boêmios peregrinos na estrada da vida tem pela lua.
Eu particularmente tenho fascínio pela minguante nos seus últimos dias, noites anteriores a chegada da face nova.
Talvez pelo simbolismo singular, pela natural transformação em pouca luminosidade, visibilidade para plena luz.
Não uma claridade como a cheia, mas algo mais suave, promissor e até podendo ser melancólico.

Melancolia, recordação, violão, vinho, caneta, papel, fogueira, batom escarlate, suavidade de um toque feminino...
Cheiro de perfume de rosas misturando com o odor da madeira queimando no fogo de chão.
A água quente do saboroso chimarrão misturando-se com o frescor do vinho bôrdo.
O sabor da tripa de carneiro frita, salgada, num mastigar preguiçoso.
O maxilar pode estar lento, mas o pensamento voa, dando asas a imaginação, como um pássaro que tem o infinito como limite.
Já são passadas das 22 horas e no acampamento somente os da velha guarda estão acordados, na maioria organizando os afazeres do próximo dia.
Organização, disciplina. Prudência e principalmente planejamento, sim, esses elementos garantem a tranquilidade da execução das tarefas e o andar da caravana.
Os afoitos e idiotas atrasam a marcha.


Escutei um bater de asas e barulho no galho a poucos metros de onde estou sentado, em seguida o canto melancólico de um mocho.
Junto comigo fazendo um círculo na fogueira alguns jovens que aproveitam os momentos de folga dos seus afazeres e vendo os mais antigos livres de compromissos, procuram fazer perguntas sobre a estrada.
É dever dos mais jovens aproveitar os ensinamentos dos mais experientes como placas de orientação na estrada da vida e obrigação dos mais 'andados' servirem da melhor maneira possível, para que seja a caminhada da juventude uma experiência tranquila e proveitosa.
É desprezível chegar ao cume da montanha e cortar a corda.
Junto comigo desde o anoitecer estão o Broaqueiro, Pastoreado Adão, a Ingaiva, o Cobó, a Coconã e o Severino.
O céu esta com algumas nuvens cobrindo por pequenas frações de tempo a lua. Não sendo suficiente para estragar seu brilho, como se a cada novo surgir por entre elas viesse mais majestosa, deslumbrante.




Mariana ao meu lado suspirava de quando em vez, mas como tinha muitos caminhantes na volta me furtei a pergunta normal: o que tens?... mas claro que a medida que a madrugada dava sinais a roda ficou mais quente com o aumento da lenha no chão, fazendo figuras tortuosas de fumaça e fagulhas luminosas a medida que subia ou dançava com o soprar do vento, mas o calor humano, bem o vinho ajuda, já que a maioria foi para os pelegos.
Se aproximaram mais de mim Mariana, Berenice, e Jayra.
Clotilde aproveitou a animação das primas e lançou uma pergunta que senti de pronto que era não apenas especulação dela, mas para todas.

Queria que eu ensinasse a elas como fazer para chamar a atenção de um primo de outra casa.
No sábado vai haver um festerê e elas queriam encher a mão.

Não me fiz de rogado, até porque prefiro eu ensinar o pouco que sei com responsabilidade, que elas saírem fazendo axés a torto e ...a torto, com consequência as vezes preocupantes e fugindo a regra.

Muito bem gurias, organizem o seguinte material para um axé com a finalidade de chamar a atenção dos homens para vocês. Portanto execute sempre sem estar menstruada. Não ter ingerido bebida alcoólica ou algum tipo de entorpecente.

Para conquistar seu amor execute em uma sexta feira de lua cheia com os seguintes materiais:

-7 ROSAS VERMELHA.
-7 VELAS VERMELHA.
-7 VELAS PRETA.
-1 K SAL GROSSO.
-1 GARRAFA DE AGUARDENTE.
-7 CIGARRILHA.
-1 LITRO DE LEITE DE CABRA.
-1 BATOM AVERMELHADO.
-1 PULSEIRA METALICA.
-1 PAR DE BRINCO METALICO.
-1 PUNHADO BEM FARTO DE PIPOCA ESTRALADA.
-1 TOALHA VERMELHA.

Escolha uma sexta feira de lua cheia e prepare pela manhã a mesa, ou seja, estenda a toalha no chão de sua tenda e faça a mesa e durante o tempo disponível vá conversando com Pomba Gira Rainha das Sete Encruzilhada.

Use a sua imaginação diante da mesa feita, dance, cante, sinta-se feliz e confiante sempre conversando com ela. Sinta e exponha a felicidade que você proporcionará a seu homem desejado, sinta-se fazendo um grande bem a ele, e faça ela entender que você agrada ele em honra dela.
Na noite da sexta despache. Leve o leite de cabra e o sal grosso junto, aliás ele deve ficar sempre no centro da toalha enquanto estiver em sua casa.
Na encruzilhada aberta, Peça agô, ou seja, licença ao dono e arreia o axé para Pomba-Gira. Depois de acender a vela e sair do local leve consigo o leite e o sal grosso de volta.
Tome um banho com o leite e depois com o sal grosso. Repita a operação com o sal por sete dias.

É coisa rara explicar alguma coisa por mais simples que seja sem ser interrompido, mas milagres sempre acontecem, e, por incrível que pareça as gurias e alguns moleques que estavam ali ficaram quietos, escrevendo, alertas o tempo todo.
Apenas Cabó se aproximou de mim e me chamou ao "pé da oreia"... ei.... KAKO.... isso é complicado e as gurias botam as mãos nos caras que elas 'qué'???

Respondi a ele de maneira que todos escutassem.

Os axés são para manipular energias que estão em desalinho, queira por obra de feitiçaria ou por uma situação cármica.

Tanto uma como a outra devem antes ser sabatinadas no delegún, somente então tomar as medidas necessárias.

Fazer um axé por vaidade, por querer passar a perna em alguém, pode ser tiro pela culatra.
Mas as entidades estão alertas e se elas sentirem que será bom para os envolvidos elas mesmos, as entidades deixam as coisas acontecerem, elas ajudam para a concretização.


Julia é dona de uma floricultura e anda preocupada com seu comércio, que anda meio "mal das pernas".
De pronto aconselhei ela fazer uma obrigação mensal, mas repetidas vezes ou seja, toda lua nova de cada mês.
Repito que este axé deve ser feito sempre na quinta-feira de lua nova.
Esta obrigação deve ser arriada as 12 hs.
-canjica branca.
-1 chuchu arredondado.
-2 palmo de arroz branco.
-mel.
-1 vela 7 dia amarela.
-1 vela 7 dia azul.
Cozinhar a canjica com bastante água, e quando a água estiver leitosa, retire a canjica e guarde a água.
Cozinhe o chuchu, o suficiente para que fique amolecido, não demais. Corte em cinco gomos aproveitando os cortes já existentes.
Cozinhe arroz com água e 6 colheres de mel.Não use sal.
Deixe o arroz ficar bem soltinho.
Coloque em uma bandeja o arroz e enfeite com as partes do chuchu.
Coloque em outra bandeja a canjica.
Se for do agrado coloque em uma única bandeja ou recepiente.
Acenda a vela azul enfrente a canjica e derrame um pouco de mel por cima da canjica.
Acenda a vela amarela enfrente ao arroz e ao chuchu, e derrame mel também. Esta oferenda deve ser oferecida a Logunedé.


Esta entidade protege tudo que Oxum ganha, portanto você não deve simplesmente querer ganhar, tem que proteger para não perder.
Faça seu pedido então para que Oxum peça ao Bará e seus Exus para trazer a você muito dinheiro. Saúde, etc... e diga a Odé que proteja tudo que Oxum lhe der.
A saber Logunedé é a junção de Oxum e Odé.
Pode ser despachado no mesmo dia ou ficar até apagar as velas.
Se despachar no mesmo dia apague as velas e acenda no local de despacho, ou seja, em uma campina. Praça ou riacho.
Este ebó para estas entidades estão sendo feita para sua proteção financeira, física, mental. OK?

Ricardo estava chegando e lembrou de um axé muito simples que é bom fazer toda segunda feira, não apenas nos comércios, mas também em suas residências, em suas moradas, barracas ou cabanas.
Consiste em, toda segunda-feira bem cedo pegar água fresca direto da torneira e despache a porta dizendo... vos saúdo Santas Almas !!!
Abram meus caminhos esta semana [etc...] e despache a farofa feita na sexta, como segue:

Toda sexta-feira prepare uma farofa com farinha de milho da grossa e mel, misture bem com a mão direita, fazendo seu pedido como segue... mãe Oxum peça ao Bará trazer mais dinheiro, etc.... Deixe esta farofa em um local escondido e todos os dias peça a ela, e na segunda-feira despache antes de botar a água na rua entregando a farofa para o Bará dizendo alupo Bará traga[....]em nome da Oxum.

Laia, deixou todos se afastarem, já que a madrugada entrou furiosa derrubando os mais valentes e arrastando-os para os pelegos ou para os cobertores feitos com retalhos e recheados de penas de aves, aconselhando um sono profundo e reparador, aproveitou para me pedir um conselho.

Estava muito tímido e temeroso quanto as palavras a serem usadas e como eu não gosto de rodeios, saltei uma realidade para ele.
Tchê, sei que tu és gay.
Simplesmente fazes uma opção não bem esclarecida a muitos, de tua opção sexual, mas sabes muito bem o quanto trabalho para o esclarecimento dessa situação, não como doença como muitos apregoam e querem que seja, ou como distúrbio psíquico.
Nem pensar em acarretar nos gays situações de doenças desiquilibradoras do comportamento.
O que existe, guri, desculpe tchê, é exatamente uma não relação corpo físico com o elemento alma-espírito.
Não tem nada de errado, não deves te excluir e nem permitir que te excluam ou te amarrotem.
Tampouco precisas de lei para obrigar a te aceitarem.
Isso também serve para a Brigite e a Neuza, que estão na mesma situação tua, apenas de maneira camuflada para quem tem medo de ver.
Da a impressão que acreditam que se aceitarem e ajudarem a cada um seguir seu caminho vão ficar contagiados.
Eu acho mesmo é que em quatro paredes, bem... tem mais gays que se imagine.
TU, somente TU podes e deves conquistar teu espaço, não a base de foice e espada, lei, ou obrigatoriedade, ou até mesmo por modismo, mas sim e principalmente pelo teu caráter como cidadão, pela livre escolha de ser, viver, de ir e vir.

Portanto juventude, me diz o que desejas de maneira curta e grossa como os demais.

A surpresa veio com Camila, que a espreita escutava tudo.

A saber Camila era irmã de Laia.

Sentou-se ao nosso lado após colocar umas axás de lenha alimentando o braseiro.

Puxei a prateada e cravei em um pedaço sobrevivente na gamela de tripa frita, Levei-a a boca e mastiguei lentamente, procurando absorver o que o coração dos jovens dizia.

Laia confidenciou mais a vontade que gostava de um rapaz que trabalhava de recepcionista em um hotel no centro da cidade de Pelotas, e sentia que o rapaz correspondia, mas embora sabendo que o rapaz era entendido, não dava chance para Laia se aproximar e uma 'mona de ekê' tomava conta do bófe.

Queria alguma coisa que atraísse os olhares masculinos.

Expliquei para ele que postura é tudo, e que ele fazendo uma projeção espiritual do que deseja associado a axés corretos, seria tiro certo.
Aconselhei ele para quando seu brilho pessoal estiver em baixa ele faça o seguinte:
Para atrair seu bofe...
Adquira os seguintes materiais:
-1 toalha vermelha.
-1 toalha azul.
-1 toalha amarela.
-7 velas vermelha.
-7 velas amarelas.
-7 velas azuis.
-7 rosas amarelas.
-1 rosa vermelha.
-bijuterias variadas.
-1 vinho branco suave fino.
-1 espumante doce.
-1 taça de vidro.
-7 varetas de incenso ao gosto.
-1 tomate.
-1 porção farinha de mandioca.
-1 porção pipoca.
-azeite de dende.
-7 moedas correntes de menor valor.

Prepare uma farofa crua com dendê e farinha de mandioca,enquanto mistura vá chamando > Naiassax-pomba-gira oriental, exponha a ela sua situação enquanto prepara o ebó.
Coloque em uma bandeja e enfeite com 5 rodelas de tomate e pipoca.
Coloque as toalhas de maneira que se consiga ver as três cores. Disponha as vela de maneira alternadas ao redor da mesa tendo ao centro a bandeja. Coloque o vinho de um lado com a taça ao lado e no outro a espumante.
Enfeite ao gosto, alternando o material bem como as rosas. No entanto a rosa vermelha deverá ser colocada dentro da garrafa de espumante no final, após todas as velas estarem acessas.

Antes disso sirva o vinho sempre fazendo seus pedidos bem como quando coloca os materiais ao redor.
O incenso deve se o primeiro a ser acesso.

O espumante é o último. Não esqueça de tirar os espinhos das rosas.
Você pode arriar este axé primeiro em sua casa e depois em uma encruzilhada.
Se for difícil encruzilhada para você despachar faça o axé em casa acendendo as velas e depois despache em uma campina.
O cansaço tomou conta e fui obrigado a aconselhar meus ouvintes a dormirem.
Me recolhi a minha barraca, esparramei-me no pelego de ovelha e adormeci de imediato.

Não escutei a cachorrada latindo quando um gadjo resolveu abrir uma camionete para roubar cobertores, atiçando a ira do Gaiato que levou o larápio para o meio do mato, e ninguém viu, ouviu e muito menos vão falar.

Em pé de maneira autera ao meu lado a figura séria, calma, porém forte de uma mulher de aproximadamente 40 anos, pele muito clara, cabelos pretos longos, lisos, olhos castanho escuro, magra, mas sem mostrar a ossada.
Roupa bem talhada, ou melhor um vestido longo preto, opaco, sapato alto, bico fino, preto lustroso.
Estava ali. Ficou ali.
Mas não tenho a menor idéia de tempo.
Não recordo uma só sílaba.
Apenas os traços severo, mas ao mesmo tempo maternal.




Acordei já com o cantar do galo, ainda escuro e senti a necessidade de repassar aos caminhantes que mais importante que acender a vela é manter o seu lume intacto.

Portanto caminhantes, não esqueçam de agradecer a cada graça atendida e principalmente agradar mesmo quando a totalidade de seu pedido não tenha sido atendido.

É interessante que quando a situação envolva pombas-gira, mesmo que não seja somente para amor, pois afinal, elas são muito mais que simples casamenteira.

As guardiãs e as entidades pombas-gira podem ajudar desde a paz em família, saúde, serviço, dinheiro.

É bom você oferecer um agrado de "quando em vez" como o que se segue:

-7 maças vermelhas inteiras, frescas e perfeitas.
-7 rosas vermelhas, abertas, sem os espinhos.
-1 garrafa de espumante doce.
-2 vela branca.
-1 caixa de fósforos.

Arrume e decore uma gamela com as maçãs e as rosas, fazendo um arranjo bonito, pois está dando um presente a uma amiga, coloque a bebida no meio da gamela.

Arreie em um local discreto de sua moradia ao meio dia. Abra a garrafa que deve ficar no meio, acenda a vela.
Fique um tempo ao lado do presente conversando com a entidade.
Quando for despachar você já pode levar o agrado, praticamente pronto, isto evita muito tempo de exposição de olhares curiosos ou perigos.

Acender uma vela, derramando um pouco de espumante em volta. Agradeça e faça seus pedidos mentalmente, mas peça com amor e tenha paciência para esperar.

Passado o recado?
Ou jafusi inanga!!!







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