


QUANDO A BALANÇA PESA
Apesar da temperatura agradável durante a noite não consegui dormir descansado.
Minhas articulações doeram bastante, comum quando o tempo esta para chuva. O que não era o caso.
Por volta das 5 horas, obviamente perto do horário de levantar para a lida e as primeiras obrigações religiosas, senti um aperto forte no peito.
Não sendo a primeira vez, fica fácil distinguir o que esta acontecendo.
De pronto levantei e fui ao Peji.
Claro que não afasto a correria de final de ano.
Por mais que eu organize os horários, os assuntos de última hora sempre conseguem badernar e tocar um verdadeiro terror no organograma.
Faz parte.
Na passada como de costume fiz minha primeira higiene na velha bacia de louça, que fica ao lado do roncó.
Acima dela esta um espelho e foi ele que ao me refletir, garantiu que eu ainda estava encarnado, fragou uma vibração atrás de mim, mas que não conseguiu se refletir, portanto, desencarnado.
Mudei o rumo e ao invés de entrar no peji fui despachar a porta.
É bom despachar a porta na primeira hora da manhã, afastando energias negativas que durante a noite se aproximaram imantados pela energia reinante no ylê.
Com a tigela de água fresca me afastei da carroça e da marca de segurança e larguei a água em três caídas saudando as Almas... Mo Jubá!!! Santas Almas, Mo Juba!!!
'Tranquilaço' fui ver na esteira o que estava ocorrendo.
Os ODÚS esclareceram de maneira rápida e clara o que estava obscuro e o que iria acontecer.
Fui até a barraca da Mariana e deixei minha marca, para que ela ao ver, saberia que deveria ter comigo uma prosa.
Marcio me pergunta sobre a situação dos orixás que governarão o próximo ano.
Caminhantes, cada dia da semana tem uma vibração especial, poderíamos dizer que determinada energia esta mais vibrante que as demais, mas com certeza todas estão ativadas e desenvolvendo suas determinações para que tudo continue andando harmonicamente.
Quando me perguntam sobre governantes do ano, refiro-me da mesma maneira, pois embora algumas entidades estejam mais evidenciadas todos orixás estarão envolvidas.
Existe uma crescente preocupação com os orixás, entidades e Odus que estarão governando o ano de 2012, mas a preocupação individual deveria ser com o próprio orixá, entidade e seu próprio Odu.
A relação da entidades governantes com cada individuo é praticamente nula se o elemento estiver “cento por cento” organizado com a sua cabeça, com suas entidades, pois elas sim, além de governarem o destino do indivíduo, estarão lado a lado com ele na caminhada.
Mais ou menos estilo assim.... Dilma governa o Brasil, mas sua influência direta para nós é de 0,00001% enquanto os os ministros 'Carandirú”, bem, é com eles que estamos e devemos estar preocupados pois a decisão deles esvazia nosso bolso e enche as cuecas deles.
E nessa não tem ministério de Xangô...a infestação é total...
Como já disse cada dia da semana tem uma vibração especial, exemplificando:
Na segunda sempre saudamos e atribuímos as vibrações mais fortes para os Barás, Agelú, os que chamamos mais comumente de Exús. Também as Almas.


Não obstante a elas em cada dia estarão as demais também fazendo rodízios e a polarização para a harmonia ser mantida.
A quebra desse movimento reflete em desequilibrio e poderíamos dizer doença espiritual, não apenas no indíviduo mas na comunidade.
Voltando ao mundo esotérico....Rasga-se uma folhinha, troca-se o calendário, mas para eternidade não importa os números que estão visíveis nessa contagem que o homem criou.
O importante é caminhar para frente e para o alto.
Mas a opinião de que é mais importante o orixá individual, a entidade vinculada estar em dia com cada um do que as chamadas energias governantes do ano, é puramente pessoal, e, para muitos pode até parecer delírio.
Talvez, mas quem detém a verdade?
De qualquer maneira vamos manter a tradição de agradecer os que estão saindo e bajular os que estão se “aproxegando“.
Por esse motivo o conselho de que cada caminhante se preocupe em agradar os seus orixás, suas entidades em primeiro lugar e de maneira harmoniosa e em segundo plano dar as boas vindas as entidades que terão um destaque maior no ano a ser vivido.
"COMO ESTA SEU ORI ?"
Pois para haver mudanças no coletivo começa a interferência no individual.
Hoje quinta feira e por ser de lua nova vamos aproveitar e fazer axé para Logunedé, mas isso seria a norma racional, pois como aconteceu imprevisto cedo, com certeza algo pode mudar e a confirmação de Ifá será o veredicto final.
Léia me chega com um chimarrão cevado, e me convida a partilha-lo, e, eu que ainda não havia conseguido cevar o meu, não me fiz de rogado. Sentamos e sorvemos o doce amargo da vida.
Léia me disse que iria preparar uma costela de porco nas brasas, temperada com alecrim e pimenta unha-de-moça esmagada para oferecer a Odé.
Já havia deixado pronta o alguidar grande forrado com folhas de bananeira, no fundo e sobre ela colocou uma farofa feita de farinha de milho, azeite-de-dendê, tempero verde picado. Deixou a farofa bem soltinha. Colocou no fundo e iria colocar as costelas em número de 15 ossinhos de aproximadamente 15 centímetros de largura.
Enfeitaria com figos verdes em número de sete, uma laranja com casca e aberta em cinco gomos, no centro, mas teria o cuidado de não separa os gomos.
O ebó de Léia tinha a finalidade de pedir a Odé proteção a sua família, principalmente quando fosse viajar para comprar mercadorias, ajudaria, portanto a evitar roubos e ataques de marginais. Esse ebó também aconselho quem trabalha com vendas gerais.
Aconselhei ela já que era com a finalidade de proteger a sua família que ela complementasse fazendo um agrado a Iemanjá que é dona de todas as cabeças usando canjica branca bem cozida que após lavada e retirada a goma, fosse colocada em tigela branca, coberta com coco ralado e enfeitada por quatro ovos de casca branca, cozido, descascado. Poderia colocar folhas de salsa,ou flor branca para dar mais beleza ao prato.
A nossa conversa fluía.
Já começava o movimento no acampamento.
Mariana 'botou a mão', pediu agô e sentou.
Nem tinha se acomodado na almofada quando mais caminhantes chegaram e após os comprimentos sentaram, cada qual com sua térmica e seu chimarrão.
Faz de muito o costume de tomarmos chimarrão dessa maneira.
Era o jeito pelo grande número de pessoas, de conseguirmos tomar sem esperar duas horas, e pior tem aqueles que mexem na bomba, aqueles que pensam que é microfone e ficam falando, falando e esquecem, de passar a cuia.
Bem, mas Mariana se aproximou e perguntou se tinha algo urgente, que de pronto lhe esclareci.
Minha filha Xangô esta pedindo a você dois ebós.
Ela estava acostumada a toda primeira terça-feira servir um amalá tradicional.
Cozinhava rabada de boi e peito de boi com granito.
Deixava cozinhar até ficar com a carne bem macia.
Aproveitava a água para cozinhar a erva lingua-de-vaca, que cortava grosseiramente, deixando as folhas mais largas para forrar a tigela ou a gamela.
Quando as ervas estavam cozidas ela colocava farinha de mandioca grossa e temperos como pimenta, cominho, coloral, mangerona picada, louro e uma generosa colher de azeite-de-dendê. Mexia com colher de pau para dar ponto e não grudar no fundo da panela.
Após colocava na tigela o angú e enfeitava com quatro pedaços de peito e 2 pedaços de rabada.
Colocava doze bananas descascada na volta da gamela e uma maçã no centro. Quando podia colocava 12 ou 24 balas de banana, em alusão aos erês.
Servia sempre quente as 12 horas para o deus do trovão.
Mas além desse ebó ela teria que fazer outro para Xangô,com a finalidade de fazer ele correr a frente para resolver uma pendenga judicial.
Ela deveria colocar em uma panela três tomates maduros, fatiados. Três cebolas médias,cortada de maneira grosseira.Um pimentão vermelho,um pimentão amarelo e um pimentão verde, todos cortados em tiras.Doze cabeças de alho cortadas e não amassadas, 5 folhas de louro.
A parte cozinhe uma costela de boi com 12 centímetros de largura e com doze ossos.
Após a carne estar cozida e macia use um pouco da água para cozinhar os temperos, acrescente as costelas, pimenta do reino e vermelha, manjerona.
Deixe engrossar bem.
Coloque em uma tigela branca, enfeite com folhas de louro.
Ao acender as velas para esse ebó use velas vermelhas.
Enquanto que para o primeiro amalá o ideal é velas vermelha e branca.
Mas nunca esqueça que o mais importante meus filhos, prestem bem a atenção...
-Alguém gritou: alupô, laroiê.
Exato. Sem Bará e sem Exú nada se faz.
Não existe ligação é preciso agradar as entidades envolvidas.
Restou um olhar indagativo, pois ela sempre oferecia um axé na segunda-feira para o tiriri lanã, e agora para quem deveria?
Minha resposta foi bem clara.
Devido a situação, já que o problema dela envolvia justiça por estelionato, e o desejo é que a vítima não prestasse a justiça ensejo de punição, aconselhei ela fazer um agrado com farofa crua de farinha de mandioca com cachaça, bem soltinha, colocar em um alguidar forrado com três folhas de mamona, por cima um suculento bife de vazio bovino crú.
Sobre ele, a maneira de enfeite pipocas e milho levemente dourado.
Um copo de cachaça com malte e um copo de água mineral sem gás.
Acender velas brancas em número de sete e no momento colocar no ebó sete moedas correntes e sete moedas antigas de maneira intercaladas.
Durante todo o processo de feitura do ebó, converse e exponha sua situação para o exu capa preta.
Para complementar o axé, já que a pendenga judicial existe e nada melhor que 'enrolar' as vítimas, o ideal seria agradar Obá que ao lado de Xangô executa tarefas de justiça de maneira exímia.
Para tal, corte bem miudinho uma quantidade bem generosa de temperinho verde. Coloque em uma frigideira azeite-de-dendê a esquentar e quando estiver quente deite o tempero picado, deixe alguns segundos e mecha com uma colher de pau.
Em seguida largue 5 ovos de casca branca, quebrados, sem as cascas é claro, sobre a fritura e deixe os ovos ficarem quase duros.
Coloque em uma bandeja dourada.
Enfeite o prato com um cordão que tenha cinco vezes a medida da pessoa a ser beneficiada.
Sirva esse ebó no centro, entre os dois ebós de Xangô.
Use vela branca em número de cinco.
Dessa maneira fica uma energia equilibrada, visando cercar todos os ângulos possíveis.
E comum que nesse momento muitas perguntas surjam, mas me 'descUrpem', mas esta na hora de tomar meu café com lingüiça cortada a faca , frita.
Depois voltamos a prosa e o Rosa me faz sinal, pois quer um axé de justiça para engambelar entidades que perseguem seu filho, que foi usuário de droga, mas sofre com a perseguição das entidades desencarnados e também de encarnados.
A volta foi rápida, pois os olhares e a curiosidade de alguns não dão descanso. Faz parte.
Bem se a perseguição existe pode fazer os axés acima para Xangô, e o capa preta, substituindo a cachaça da farofa por água mineral, e não servindo bebida apenas água. Usar velas de sebo em número de 9 ao invés de velas brancas.
Esquecemos nesse caso o axé da Obá, mas fazemos para exu caveira, pois sua falange subordinada a Omulu lida com todo o tipo de drogas, suicidas, homicidas.
O melhor ebó para o caso é colocar dentro de um alguidar folhas de mamona roxa. Sobre ela uma farofa crua de farinha de mandioca e azeite de dendê. Sobre ele três bifes de carne de porco, sem gordura e sem nervo passado no dendê levemente.
Enfeitar com rodelas de cebola rocha e pipoca.
Ao lado desse ebó coloque uma bandeja de plástico com restos de sete refeição da família.
Um copo de café e um copo de água mineral sem gás.
Uma xícara branca de louça com um pouco de cachaça e dentro uma pitada de sal. Acenda uma vela branca de trinta centímetro para seu Caveira e 9 velas de sebo para os Eguns.
Esses axés devem ser arriados em seu peji e na falta dele em local discreto e seguro.
Após, despachar em um local onde haja pedras.
Se não for possível, despache em um local limpo onde haja verde.
Nesses casos é sempre bom fazer um pacote com um punhado o material utilizado para os Barás ou Exús, como a farofa, pipoca, milho. Junte um punhado de cada coloque em um jornal e envolva com papel pardo ou seda vermelha, fechando bem o pacote .Passe simbolicamente no corpo da pessoa e entregue junto com os axés.
Também tem uma boa alternativa que é fazer o descarrego com ovos crus, ou seja, pegue um ovo cru do mesmo sexo da pessoa e passe simbolicamente na pessoa e depois coloque no ebó do Exu ou do Bará pedindo para livrar dos males.
Não é intenção neutralizar a justiça dos homens, mas a cada dia menos confiamos nela.
E no novo ano não será diferente.
Portanto vamos fugir das ciladas ocultas,fortalecendo nossas entidades pessoais.
Não importando qual a maneira que você usa para se equilibrar, unir,seguir,...com a espiritualidade, esteja em dia com suas tarefas.
O ano de 2012 será marcada por uma frase que sempre coloco para meus filhos:
" NÃO IMPORTA QUEM FAÇA,TEM QUE SER FEITO "
Essa será a tônica, pois as entidades vinculada ao Odu Iká estarão fazendo uma verdadeira faxina ,e nessa empreitada todas as entidades vinculadas a terra, e ao ar estarão ativas, com a transformação do fogo.
A família de Nanã, com Omulú e tendo a participação de Oiá Igbalé proporcionarão uma faxina espiritual muito grande, a depuração das energias saturadas será total.
Um ano que merece todo o cuidado.
Um ano em que devemos evitar fazer coisas pela consciência alheia.
Um ano que devemos escutar nossa espiritualidade e nosso interior.
E por que não começarmos com um banho de limpeza e energização??
LIMPEZA
MATERIAL :
-4 PUNHADOS DE PIPOCA SECA.
-4 LITROS DE ÁGUA FERVIDA.
-1 VELA VERMELHA.
-1 BANDEJA PEQUENA DE PAPELÃO.
-PAPEL DE SEDA VERMELHA .
-1 VELA VERMELHA.
-1 VELA BRANCA.
PROCEDIMENTO :
Retire um punhado de pipoca tendo como medida a mão
Coloque essa pipoca separada em um pedaço de papel de seda e faça uma espécie de um pacote.
Reserve.
As demais pipocas coloque na água fervida e deixe tampada por 13 minutos.
Acenda a vela branca e ofereça a Bara Agelu.
Coe a água retirando as pipocas,deixe reservado.
Jogue a água em seu corpo do pescoço para baixo.
Não se seque.Passe simbolicamente a vela vermelha no seu corpo.
Quebre-a em três partes.
Reserve.
Passe o simbolicamente o ovo no corpo.
Reserve.
Passe o simbolicamente o pacote de pipoca enrolado na folha vermelha.
Reserve.
Quando a vela branca terminar de queimar,junte todo material reservado ,ou seja :a pipoca no pacote,que deve ser a primeira a ir para a bandeja de papelão,depois a vela vermelha, o ovo e por último o material coado cobrindo tudo.
Despache esse axé em um local limpo e que os envolvidos não passem até 7 dias depois.
LIMPEZA E DEFESA PESSOAL
MATERIAL :
-ALECRIM,
-ALFAZEMA.
-ARRUDA .
-1 VELA BRANCA DE 30 CM
PROCEDIMENTO :
Alecrim, Alfazema e arruda nos livram dos males e, ao mesmo tempo, reenergizam. Se as folhas estiverem frescas, macere-as e coloque-as na água quando ela estiver fervendo e apague o fogo. Se estiverem secas, deixe em infusão por no mínimo 20 minutos.
Não se seque e coloque uma roupa clara ,acenda a vela em local mais alto que a sua cabeça e descanse uns minutos.
Bem o que me resta de momento é...
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