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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Renovação











RENOVAÇÃO
         
         
Ainda sinto o cheiro da pólvora dos foguetes, rojões e artilharia.
Ainda ecoa o griteril frenético das crianças, e os “ohhhhhhhhhhhhh,” dos mais velhos.
Sim é bonito, emocionante o romper de um novo ano.
Comidas, bebidas, presentes, agrados e mais agrados.
A chuva que castigava desde cedo parou exatamente 23hs55 minutos.
Com isso deu ensejo a movimentação, e, a alegria pode tomar forma.
Mas o mundo de hoje, não mais é como de tempos atrás.
Recordo ,quando piá e gurizote, o romper do ano novo era maravilhoso e realmente muito festivo.
Rompíamos com os familiares e íamos nos juntar aos demais, com instrumentos musicais, percorrendo assim  as ruas e visitando residências, principalmente dos componentes da fanfarra.
Varávamos madrugada adiante.
Existia mais alegria, acredito até que mais esperança.
Esperança do rapaz conhecer nova moça, a moça conhecer um moço.
Conseguir um emprego...

Hoje o rapaz pode conhecer uma moça, mas será mulher?
A moça pode conhecer um moço, mas será homem?
Serviço, trabalho, emprego, qual nada... auxilio desemprego, vale fome, vale a pena ser preso, vale a pena ser pedreiro, etc e tar.
Sei que o simbolismo do fogo é de transformação, mas...Mas o cheiro da pólvora lembra-me guerra, dores, aflição,sofrimento e perda.
Sim perda de dignidade, bens materiais, vida, estrutura.
Mas estamos contando mais um janeiro.
Muitos pararam ao longo da estrada, mas nós estamos aqui para testemunhar as mudanças, já que o fim do mundo não veio em 2012...
O Estrebuchado  me chama ao canto para me fazer uma pergunta.
Confesso que não esperava que em meios aos folguedos ele me pedisse orientação espiritual.Mas o cara de pau fez a dele.
-O que fazer para agradar o orixá que governa o ano?
Lhe dei uma olhadela que até cachorro pederasta se assustaria.
Ele saiu de fininho.
Eu, moderadamente pela data ,lhe fiz sinal que mais  tarde lhe explicaria.
Recebi dele em troca um olhar de agradecimento e alívio.
O que fazer para agradar o orixá que governa o novo ano, sempre é a pergunta que não cala entre dezembro e 20 de janeiro.
Já pasava das quatro horas da manhã e começamos a conversar sobre o assunto.
Para cada entidade existe uma variedade muita grande de agrados, obrigações,oferendas ,etc,cada uma com uma finalidade bem distinta da outra.

Os ebós são elementos utilizados para energizar, trocar energia com as entidades que estamos vinculados por algum motivo.
É importante você agradar as entidades que comandarão o ano, no entanto muito mais importante ,na minha maneira de pensar é você agradar seus orixás,suas entidades em primeiro plano,pois para a individualidade é mais importante aquele a quem a pessoa esteja vinculado pelo laços da eternidade.
Portanto fazer agrado para os donos do ano e esquecer seus orixás é verdadeiramente perca de tempo e de dinheiro.
Vale mais você estar organizado com o seu orixá do que estar com os governantes.
Também é importante saber que influência tem os governantes sobre você no que diz respeito as energias em que cada orixá esta vinculado.
Se você já leu nesse sate no link LENDAS dos ORIXÁS, você vai entender melhor o que lhe digo, pois cada entidade tem afinidades, equilíbrio e desequilíbrio com as demais, sendo sustentação para umas, queda para outras, paz para uns e guerras para alguns.
Preste bem a atenção, primeiro agrade os seus orixás para que os subordinados deles que estão ao seu lado possam estar energizados e prontos para nos acompanhar no dia a dia.
Se poder financeiramente e seu coração assim determinar agrade os donos do ano tendo sempre em mente que vibração eles acarretam para você.



Mas o mais importante no final do ano é que traçamos novamente, metas.
Procedimentos desde a alimentação, dieta, exercícios, postura de uma maneira geral com a sociedade e com a micro sociedade: a família.
Muitas vezes não percebemos o quanto mudamos com o passar do tempo, mas com certeza mudamos.
Precisamos, sim de estímulos e essas datas são mais fortes na realidade que o próprio natalício.
É saudável abrirmos as gavetas da alma.
Eliminar coisas saturadas, ideias mesquinhas.
Sentimentos, principalmente os que nos prejudicam.
Hábitos enfadonhas, mofados pelo tempo.
Arejar a mente, dar espaço, deixando transitar ideias inovadoras. 
Mas como toda árvore a raiz permanece, a renovação é escalonada, a essência é a mesma, a raiz esta intacta, apenas   desbastes  os galhos, ei... sem maldades... realmente estou realizando uma poda, cortando as arrestas, tirando espinhos para não ferir, a menos que seja para defender.
Galhos mortos como as ideias, não servem para nada, tem que ser extirpados.
Abro mentalmente cada uma das gavetas, das pessoas, das ideias, dos tormentos, das alegrias e das tristezas, essa com certeza é a mais cheia e ocupando espaço das alegrias e principalmente da esperança.

Tem que ser limpa e com urgência, pois quando a pasta esperança fica abarrotada de sofrimento, a desilusão toma conta. Já viu o preju.
É preciso coragem, determinação e principalmente confiança.
Sim. Confiança em si mesmo e no  PAI clemente e misericordioso,para esvaziar e manter elas funcionando, armazenando, ativadas.
De tanto exemplificar usando as árvores me alembrei agora da situação Bim,...


A vida é uma eterna renovação buscando a evolução, lógico que renovar, mudar, alterar sempre é possível, mas conseguir se elevar, bem, já nesse item muitos fatores entram em jogo.
Alem do que a evolução nem sempre é individual, pode ser necessário por questões cármicas que se conclui que somente um mais outro ou outros podem passar de fase, ou seja evoluir.
A questão mal resolvida que sempre se arrasta e deixa interrogações e pontos de infinito aprendizado, constante e ilógico muitas vezes, pois nem sempre a nossa compreensão consegue perceber o por que de determinada situação, mas, é assim, e não tem como fugir, refiro-me ao grupo organizado dos Abikus.
Entidades agrupadas essas com as determinações idênticas a dos Eguns de Bábàs.
Os dois grupos estão intimamente ligada a raiz e a posterioridade, ou seja, passado e futuro.
Isto é uma certeza. No entanto a incógnita é o presente.
Queira ou não, estão lado a lado com a justiça divina, fazendo cumprir a lei da causa e do  efeito.
Mas a misericórdia é uma dádiva para poucos.
Mas como tudo tem que evoluir, seguir adiante, cada dia que passa o tempo de manifestação dessas entidades estão também mais curtas e retornando a reencarnar com mais frequência, assim, mesmo que não deixem os cacuetes da família de origem espiritual, vão se mesclando com as situações aceleradas do mundo visível, voltando a outra dimensão com pensamentos já diferente  dos tempos  passados.
Observa-se isso quando nos axés.
Quando montamos uma espécie de assentamento, digo espécie pois parece mas não é.
O motivo de não ser é justamente para não aprisionar ali um elemento que necessita de liberdade para seguir jornada evolutiva,pior,é o fato que estamos atrelado a ele e se colocarmos uma bola de ferro nele automaticamente estaremos, também retardando nossa evolução.
Mas, a espécie de assentamento é na realidade um ponto de referência, um farol na escuridão do conhecimento e na  desgraça da entidade solicitada a partilhar para aprender e sentir a realidade atual, o presente, que ele desconhece, pois vive atrelado as dores do passado (não nos envolveremos quem é o culpado ou inocente, pois acredito particularmente que todos temos porcentagem de algóz e de vítima), querendo apenas usar o futuro como mecanismo de desforra.

Estando a entidada Abiku ou até mesmo Egun sintonizada com as entidades destacadas para tal,principalmente Xangô e Iansã,vão conseguir através do respeito,carinho e homenagem ser chamadas a limpeza também de suas gavetas.
Com isso, o tempo de perseguição, de obsessão diminui, fazendo com que eles também se afastem sem aviso prévio, e geralmente envergonhados das atitudes desejadas anteriormente, descumprindo assim, as regras de só voltarem para o Orun após levar consigo o companheiro do passado.
Nessas situações os faróis, como me referi anteriormente sofrem a consequência da falta de energia que o fez útil.
Quando imantamos algo para alguma entidade espiritual, é óbvio que a essência dessa energia esta contida no elemento imantador, no assentamento, no sinal.
É assim a maneira de haver a identificação do elemento energia com o elemento habitat eventual.
Mesmo que não seja, e não deva ser um local em que a energia esteja aprisionada, mas quando sai não olha para trás, e, carrega consigo elementos para o regresso, principalmente energia alteradora da vibração anterior.
Sendo assim é óbvio que no local onde serviu de morada, estilo, e, exemplificando quando morremos o corpo vai se deteriorar, perder a vinculação com a energia significando  perder controle, esmorecer, morrer.
Com essa situação atuando os elementais usado para o campo vibracional do Abiku vai sofrer dano visível quando ele seguir para Orun.
No caso em que é feito em plantas com certeza ele retira junto com o conhecimento da natureza através de entidades ligadas a Ossaim, Iroko supervisionados por Orunmilaia, também carregando  a energia da essência da planta, como combustível de energia, da mesma maneira que utilizamos as plantas para nossos amacis, de limpeza, purificação e principalmente no casos deles para energização.
Normal, então  que fiquem sinais visíveis de falta de energia atuante no local onde tenha sido ou servido, melhor dizendo, de ponto de referência, reverência e sintonia com essas entidades, que deixam de ser perseguidoras e se encaminham enganjadas para nova fase, a reorganização através do aprendizado.
Também se nota que quando encaminha-se, surge nos envolvidos encarnados um grande sentimento de perca, o que não é novidade, pois quem se aproximou tinha motivo, dentre eles o parentesco, assim dizendo, no mundo espiritual, e quando se afasta é lógico que com mais afinidades, estilo levando saudosidade para Orun.

Sentimento partilhado de almas gêmeas, não no sentido AMOR HUMANO, mas sim sentimento espiritual de cumplicidade, principalmente de metas.
Nesse caso é conveniente e sempre aconselho despachar todos os elementos vinculados aos pés de uma árvore frondosa, sem espinhos,em um domingo antes de clarear totalmente o dia.Arriando sobre uma toalha branca.
Sobre ela no centro todos os elementos que fizeram parte dos axés e na sua volta:
-2 tigela com canjica branca feita com leite de coco.
-2 tigela de lentilha verde.
-2 maças vermelhas.
-2 banans prata.
-2 acarajé.
-40 balas de banana.
-40 balas de leite.
-4 punhados de deburu.
-24 merengue, ou suspiros.
-7 brinquedos diversos masculino.
-7 brinquedos diversos femininos.
-2 copos com café.
-2 copos com leite.
-2 copos com água mineral sem gás.
-1 vela branca em cada canto da toalha.


Não é importante apenas  abrir as gavetas e esvaziar, mas principalmente manter atuantes, funcionando, guardando, sendo usadas, recicladas.
Claro que temos que dar prioridades a personalidade, a formação a integridade moral, sem exageros, e entre essas esta, os sentimentos.
Valorizar nossos sentimentos, lutar para concretiza-los e principalmente fazer com que o respeitem.


Quando refiro a gaveta dos sentimentos não estou apenas me referindo a sentimento para namorar, ficar, casar ou sei lá o que rola no dia a dia, mas mesmo tendo 40, no meu caso 52, no seu ou de outra com 76, bem idade não interessa, pode e deve namorar, mesmo que e principalmente se for já casado ou ficante ou amigado, ajuntado... desde quando tem que ter idade máxima para viver bem com alguém quando se ama? 

O ano de 2012 foi marcado pelo enxame de notícias sobre o final do mundo.
Ora faça o seu final do mundo também...renove..viva!!!
E essas renovações que me refiro estão empregnada no meu cérebro, e vem nítidamente a tona quando relembro  uma passagem com meu kaku.
O dia mal começava a clarear, e, embora fosse verão poucos raios baixos se faziam notar.
Andamos cerca de 6 metros do acampamento e chegamos no Bosque Silveira, bosque que em meados dos anos 70 a 80 ainda mantinha  bastante árvores e no centro perto da lagoa havia uma clareira de árvores altas e médias, porém fartamente copadas.
A passarada, como o azulão, bem-te-vi, carrochinha e os primos pobres pardais faziam uma algazarra muito bem vinda, para a mente e para o corpo relaxar.
Sentamos no chão e começamos a desfrutar do amargo sorvo da vida, passando a cuia depois do ronco tradicional para ser enchido e sorvido.
Observo o Kaku com o olhar distante, de súbito volta a realidade e  pergunta-me:
- Além do cantar dos pássaros, ouves mais alguma coisa?
A moda cachorro preguiçoso, estico as oreias para tentar ver o que os olhos não enchergam.


Tenho a nítida percepção de  ouvir o barulho de uma carroça, respondi...

- Isso mesmo, disse o Kaku, de uma carroça vazia.
Me bateu a curiosidade e perguntei-lhe:
-Mas como sabe que está vazia, se não a vimos?
-Porco Dio, é fácil! Quanto mais vazia está a carroça, maior é o barulho que faz.
Fiquei com a purga por detrás da oreia.
O tempo passou, aproximadamente 30 anos.
Hoje sinto saudade dos meus 22 anos, 55 kilos...solterito no más.
Com meus 50 e picos de idade, 102, sim, de puro múscolo gordorento...avô de 5 netos.
Já descendo a escada da vida.
Consciente de que o Pai clemente e misericordioso me deu 2 oreia e 1 boca, portanto, escuito mais que falo.
A moda..., sabe da Ofélia? Só abre a boca quando tem certeza.
Claro que naquele tempo, era diferente.
Eu sabia de tudo e sobre todos.
Hoje, sei que nada sei.!!!
Por isso quando hoje em dia, principalmente em meio as reuniões religiosas, ou em bates papos em roda de chimas, quando escuito esses políticos de M, pessoas que querem OCUPAR espaço usando de leis de descriminação isso e aquilo, são diferentes e pronto, mas que conquiste seus espaços e não obrigue a receberem o que não merecem.
Conquistar, cativar, ser reconhecido por méritos e não por decretos estranhos disseminados por mais esquizitos ainda.
Do clube do quanto pior, com certeza vai ser melhor... falar demais, aos gritos, tratando o próximo com absoluta falta de respeito, prepotente, interrompendo todo diálogo franco, não respeitando o direito de expressão alheio, a querer demonstrar que só ele é dono da verdade, sinto a presença material do meu Kaku, olhos opacos, cabelos esbranquiçados, finos ao vento, lhe dando um ar de rebeldia, sentindo imensa tristeza de encontrar a cada pedaço de chão na estrada da vida tantas cabeças vazias, que como a carroça, só fazem barulho, estardalhaço.
Volto ao assunto das gavetas, e não poderia ser diferente, pois se limparmos ela, retirando o enfadonho, o imprestável os negativos de maneira geral, e, deixarmos vazia, bem, será pior que uma carroça a andar sem rumo.
A gororoba cerebral deve conter: restauração, eliminação,  renovação, inovação, aproveitamento.. 
Em nossa vida, muitas vezes temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação.
Aproveitar datas de grande impacto, para começar a retomada é ótimo impulso para que  continuemos a trilhar, caminhar pela estrada da vida rumo a vitória, nos desprendendo de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor.

Somente livres do peso do passado, das culpas, medos, preconceitos, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.
Ou jafusi inanga!!!
    




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